O Fruto do Espírito : Paz

Márcia Eller

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5:22-23).

Nessa série de reflexões sobre este texto da carta de Paulo aos gálatas, temos analisado cada virtude relacionada ao fruto do Espírito, que são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Já vimos no primeiro devocional que o conceito do fruto do Espírito é a evidência clara do caráter de Deus e da presença do Espírito Santo em nós.

Hoje falaremos sobre a terceira virtude, descrita pelo apóstolo Paulo: a paz.

Ao escrever aos Romanos, no capítulo 15, verso 13, ele pediu em oração: “Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo”.

Vivemos em um contexto de guerra mundial. Israel sofre ataques do Irã e do Hamas, e vice-versa. Rússia e Ucrânia estão em conflitos sangrentos há mais de dois anos, e parece não existir um caminho para acordo. Os líderes dessas nações não se preocupam com o impacto psicossocial, familiar, espiritual e econômico na vida dos cidadãos locais. Como ter paz em meio a tanta guerra?

Há outras pessoas que sofrem situações de ausência de paz, tais como: perda de um emprego, dívidas acumuladas, devedores que não pagam, doença inesperada, etc.

Porém, nas Escrituras Sagradas nós encontramos uma promessa que nos traz grande esperança. No Velho Testamento, foi registrada a vinda de alguém que viria como pacificador por excelência: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:6). E o Novo Testamento registra o cumprimento pleno desta promessa – o nascimento do messias, Jesus Cristo, e o evangelho da graça e da paz foi inaugurado.

O evangelista Lucas documentou no capítulo 2, versos 10 e 11, com muita alegria e vibração, a chegada dEle: “O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. E os anjos que anunciavam esta boa notícia celebraram dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2:14).

E, o próprio Jesus, em uma de suas aulas específicas de capacitação dos seus discípulos, garantiu: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14:27). No contexto deste ensino, Jesus havia acabado de anunciar sua morte, ceou com os discípulos após ensinar a maior lição de humildade, lavando os pés sujos daqueles doze homens, avisou-lhes sobre um traidor entre eles e um que o negaria por três vezes. Os discípulos certamente enfrentavam dúvidas, incertezas quanto ao futuro, medo da perseguição e, portanto, faltava-lhes paz. Mas o Mestre os encoraja trazendo uma palavra de conforto e consolo a eles: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” (Jo 14:1), e no verso 6: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. Ele é onisciente, onipotente e onipresente. Ele é um Deus verdadeiro e capaz de cumprir todas as suas promessas. E ainda, em Jo 14:16: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco”. Em seguida, então, Jesus traz a segurança de que eles gozariam da virtude do fruto do Espírito Santo, que só Ele pode dar, a paz. “Deixo-vos a paz…” (Jo 14:27). Que consolo! Que conforto!

Jesus assegurou ainda que essa paz seria diferente daquela que o mundo oferece. Uma categoria de paz que não se relaciona com as circunstâncias ao nosso redor; com as guerras mundiais, com as animosidades entre colegas de trabalho, com os riscos da vida que corremos todos os dias, com lutas familiares, etc. Ao aceitar por fé no Deus que tudo pode, confiar nEle com determinação, desfrutaremos desta paz, conforme afirmou o profeta Isaías, no capítulo 26, verso 3: “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti”. E, em Efésios 2:14: “Porque ele é a nossa paz…”.

O apóstolo Paulo também traz a justificação por meio de Cristo como fonte de paz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1). Essa paz não é entendida por pessoas que não acreditam em Deus, que não aceitaram o sacrifício do Seu Filho para salvação. Elas não conseguem gozar desta virtude, porque ainda se encontram sob o jugo do pecado, que lhes tira a paz verdadeira.

Esta paz não significa, no entanto, a ausência de dificuldades. É uma paz que guarda a mente e o coração dos justos em meio a grandes provações e tem a garantia da vida eterna com o Senhor.

Que possamos nos apossar desta característica do fruto do Espírito, a paz verdadeira que o mundo não pode dar e que nos é oferecida gratuitamente por meio da justificação em Cristo Jesus. Nele podemos descansar em paz.

Márcia Eller

É enfermeira aposentada pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de Belo Horizonte, após trabalhar 37 anos na profissão.

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