O Fruto do Espírito : Benignidade

Márcia Eller

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5:22-23).

Nesta série de reflexões sobre o fruto do Espírito, focaremos agora na quinta virtude: benignidade. Essa é uma característica da pessoa bondosa. Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio, benignidade é a qualidade de ser benigno, benévolo; e ainda, suave, brando e agradável. No Dicionário de Significados, encontra-se também um sinônimo para benignidade: complacência. A complacência é um traço do caráter de alguém benevolente, compreensivo e gentil. Quando um homem ou uma mulher é complacente, trata-se de uma pessoa amável, prestativa, que gosta de agradar aos outros.

No livro de Provérbios, encontramos alguns textos sobre essa virtude do Espírito Santo: “Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao pescoço; escreve-as na tábua do teu coração, e acharás graça e boa compreensão diante de Deus e dos homens” (Pv 3:3-4). O conselho divino é que a benignidade seja como um colar, visto por todos os que nos olham. Isso é interessante porque todo ser humano gosta de ser bem-visto pelos outros por meio do uso de adornos que os embelezam. Homens e mulheres desejam ser elegantes, e o uso de colares se tornou comum para ambos os sexos. No mundo espiritual, devemos desejar que o “colar da benignidade” esteja em nosso pescoço, resultando em “graça e boa compreensão diante de Deus e dos homens”. Além disso, devemos “imprimir a benignidade em nosso coração”.

Também lemos um conselho similar em outro texto de Provérbios: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4:23). Sempre que as Escrituras se referem a algo que está no coração ou que sai do coração, trata-se de uma linguagem figurativa para representar pensamentos, desejos, vontades ou ações mentais. Ou seja, toda ação humana começa em um processo mental de pensar e realizar. Os sonhos, planos e alvos de vida passam primeiro por um processo mental de elaboração. Assim, pode-se concluir que o autor de Provérbios, inspirado pelo Espírito Santo, aconselha que a benignidade seja gravada em nossos pensamentos. Dessa forma, devemos carregar em nosso corpo as marcas dessa virtude, desenvolvendo um modo de ser benigno e misericordioso com o próximo, fundamentado na lealdade e fidelidade.

O maior exemplo de benignidade é Deus Pai para conosco: “O Senhor é misericordioso e compassivo; longânime e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem” (Sl 103:8-11). O Senhor é “assaz benigno” porque possui um grau elevado de benignidade. Ele nos trata com uma misericórdia imensurável (distância entre o céu e a terra) e grande compaixão – “Pois tu, Senhor, és bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que te invocam” (Sl 86:5). Mesmo sendo seres humanos pecadores, cheios de falhas e erros constantes, nosso Deus cuida de nós, renovando Suas misericórdias sobre nós a cada manhã (Lm 3:22-23). Ele nos sustenta e é longânime conosco, não nos tratando da forma que merecemos. Quando Davi estava arrependido de seus pecados, orou: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado” (Sl 51:1-2). O rei sabia que somente a benignidade de Deus seria capaz de apagar suas transgressões e perdoá-lo.

Portanto, a benignidade é uma virtude dada pelo Espírito Santo, que deve ser uma marca do caráter do cristão. Deus é benigno e deseja que o imitemos em nossos relacionamentos. Que o Senhor Jesus nos ajude a desenvolver essa virtude com atos de brandura e leveza para com aqueles que nos cercam, à semelhança do que Ele faz por nós.

Márcia Eller

Marcia Eller Salviano é doutora em enfermagem e por 37 anos trabalhou no Hospital das Clínicas de Belo Horizonte-MG. É enfermeira aposentada pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de Belo Horizonte, após trabalhar 37 anos na profissão. 

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