“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gl 5:22-23).
Nesta reflexão sobre o fruto do Espírito, focaremos na quarta virtude: a longanimidade. Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, a palavra longânime tem origem hebraica e significa “vagaroso em irar-se”. Para John MacArthur, é “a paciência relacionada à habilidade de suportar as injustiças infligidas por outros e à disposição em aceitar situações irritantes e dolorosas”. A pessoa longânime suporta as adversidades e prossegue em seu empenho, apesar dos obstáculos.
É bem verdade que a maioria das pessoas foi ensinada em uma sociedade que responde às adversidades na contramão dessa virtude. A todo momento, crianças têm grandes exemplos de adultos ao seu redor que respondem de forma impensada quando são ofendidos, praticam atos de violência e desrespeito no trânsito, abusam de sua força física e emocional etc. Além disso, há pais que orientam seus filhos: “Se apanharem na rua, batam de volta; se não, quando chegarem em casa, irão apanhar.” Nessa escola da vida, os pais perdem a oportunidade de ensinar aos filhos o exercício da longanimidade como uma virtude que trará muitos benefícios para o futuro deles.
Alguém pode achar que, nos momentos de ira, raiva e agressões dos outros, é difícil manter o autocontrole. Entretanto, lembrando que o conceito do fruto do Espírito é a evidência clara do caráter de Deus e da presença do Espírito Santo em nós, somente a graça divina nos ajuda a ter atitudes longânimes. Essa virtude cristã nos ajudará a ponderar o que e como falamos; a escolher ações analisando as consequências, não só do momento, mas também o impacto que isso teria no futuro; a respeitar a importância do tempo (nem tudo é para ontem); a ser capaz de suportar com firmeza, paciência e resignação os problemas, sofrimentos ou dificuldades, com foco além de si mesmo; a pensar além dos próprios interesses; a ser bom e generoso consigo e com os demais; e a ter coragem e energia para seguir em frente quando tudo parece difícil.
Quando Paulo escreve aos gálatas, no contexto do ensino sobre o fruto do Espírito (Gl 5:16-21), ele fala sobre as obras da carne, que são diametralmente opostas às virtudes do Espírito Santo. Dentre as obras da carne, estão inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e invejas, que se desenvolvem e crescem na vida das pessoas pela ausência do exercício da longanimidade e das outras características do fruto do Espírito a ela interligadas. E a Palavra nos afirma que as pessoas que vivem na prática das obras da carne não herdarão o Reino de Deus (Gl 5:21). E isto é muito sério.
Também aos efésios Paulo advertiu: “…que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4:1-2). Andar significa movimento; ou seja, todo dia, em nossa vida diária, devemos viver com longanimidade e amor. E aos colossenses, ele escreveu: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros…” (Cl 3:12-13). Aqui, a longanimidade implica suportar os outros e perdoar, que são outros preceitos das Escrituras.
Portanto, vamos nos revestir desse princípio sábio descrito nas Escrituras: a longanimidade. Devemos ter paciência, aguardar o tempo certo, vigiar nossos comportamentos, perdoar a quem nos magoa e desprezar atitudes irracionais das quais nos arrependeremos mais tarde. Quantas inimizades, demissões, atos de violência, separações de casais e até assassinatos seriam evitados se as pessoas fossem mais longânimes! Mas somente as pessoas que pertencem a Deus pela fé e possuem o Espírito Santo podem ter essas atitudes piedosas. O próprio Jesus afirmou: “Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim nada podeis fazer” (João 15:5). Só Ele pode nos dar essa capacidade ao longo de nossa caminhada diária, pois nós, humanos, falhos, imperfeitos e pecadores, não conseguimos por nós mesmos viver conforme o apóstolo Paulo escreveu aos gálatas: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5:25). Peçamos a Deus Pai que nos conceda a graça dessa virtude.
Marcia Eller Salviano é doutora em enfermagem e por 37 anos trabalhou no Hospital das Clínicas de Belo Horizonte-MG. É enfermeira aposentada pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de Belo Horizonte, após trabalhar 37 anos na profissão.
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