Por que você luta com o mesmo pecado repetidamente?

Nelson Salviano

Você já se sentiu preso em um ciclo de pecado, aparentemente incapaz de quebrar um padrão que desonra ao Senhor e que resulta em prejuízo na vida espiritual? Eu sei que sim. Quando isso acontece, minha mente imediatamente salta para Romanos 7 – “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (vv. 18-19).

Então, o que fazemos quando percebemos isso se tornando real em nossas vidas? O que fazer em meio a essa guerra espiritual?  Penso que há alguns passos práticos que nos encorajam a quebrar o ciclo do pecado.

1. Não baixar a guarda com sua natureza pecaminosa.

Como crentes, a Bíblia declara que nosso coração de pedra foi removido e substituído por um coração de carne (Ez 36:26). Sim, somos novas criaturas, e sim, o poder de controle do pecado sobre nós foi quebrado, mas a presença do pecado permanece.

Acho que muitos de nós subestimamos seriamente o drama, o poder e a profundidade do pecado remanescente – quão profundo ele está dentro de nós e como ele se infiltra em todos os aspectos do nosso ser. Há uma tremenda guerra moral e espiritual ainda acontecendo dentro de nós.

É surpreendente a quantidade de cristãos que vivem com uma mentalidade de paz e que pensam estar num nível espiritual mais elevado que os demais. Ainda que sejamos ativos lutando ou protestando contra o mal, alguns de nós parecem crer que há somente as bênçãos da paz em nosso coração – onde a guerra é mais feroz.

E então, de repente, ficam surpresos ou desanimados quando o pecado começa a vencê-los. É verdade que a maravilhosa obra expiatória de Jesus quebrou a parede da separação que existia entre nós e Deus; e quando Cristo voltar, nossa luta contra o pecado e contra o inimigo será completada. Mas até então, uma batalha de hostilidade dentro de nós ainda continua. Talvez o problema seja pensarmos que o adversário interior – o pecado remanescente – foi conquistado muito antes de realmente ser.

 

2. Não advogue sua própria justiça.

Talvez a maior e mais tentadora mentira que temos a tendência de aceitar é que nossos maiores problemas estão em algum lugar do lado de fora de nós. Isso é parcialmente verdade porque, em um mundo caído, as pessoas pecam contra nós e por isso sentimos dor e sofrimento no corpo. O apóstolo Paulo experimentou sofrimento e dores no próprio corpo, e ele não minimiza essa experiência escrevendo sobre isto várias partes das Escrituras, mas em Romanos 7 em particular, ele está preocupado apenas com seu próprio pecado e coração. Ele não discute por sua justiça. Pelo contrário, Paulo localiza sua luta dentro de si mesmo. Ele sabe que quando você advoga sua própria justiça, você se convence de que não precisa da graça de Deus, que é a única coisa que pode protegê-lo do pecado. Pois… “se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1 Jo 1:8).

Você está se sentindo desencorajado em sua batalha contra o pecado? À primeira vista, Romanos 7 pode ser uma passagem bastante desanimadora! Paulo exclama: “Que homem miserável eu sou! Quem me resgatará deste corpo de morte?” Mas, Paulo não termina assim, ele continua: “Graças a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor!” O resgate eterno foi provido, mas a graça resgatadora ainda é necessária todos os dias. Romanos 7 nos chama a sermos conscientes e sérios; a guerra por nossos corações não acabou. Nossa necessidade de um Salvador não terminou.

Que sejamos humildes e, pela graça de Deus, deixemos para trás os pecados que nos perseguem e contra os quais ainda lutamos. Que não sejamos defensores da nossa própria justiça culpando alguém ou algo por nossos erros. Que sejamos diariamente dependentes da graça salvadora de Cristo em nossas vidas.

Nelson Salviano

É ministro do Evangelho, bacharel em Teologia, mestre em Missões e Estudos Transculturais pelo All Nations Christian College (Inglaterra). Especialização em Pregação Expositiva pelo Cornhill Training Center (Londres) e Stephen Olford Centre for Expository Preaching (Memphis, TN, USA).

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